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O sofrimento dos cidadãos da Síria na tentativa de sobreviver e fugir da guerra choca o mundo. Espanta até os mais insensíveis as imagens de destruição em uma das principais cidades do país, Aleppo. Mas, enquanto países como a Alemanha se esforçam para acomodar dezenas de milhares de refugiados, outros europeus seguem relutantes.

Do ponto de vista moral, a única escolha decente é abrir as portas aos refugiados – e isso vale para o Brasil também. Deveríamos distribuir vistos de entrada e de trabalho para qualquer sírio com ficha criminal limpa que aparecesse em nossos consulados.

A questão tem mais nuances, do ponto de vista econômico, quando custos e benefícios são colocados na balança.

Na Alemanha, a sociedade civil, incluindo sindicatos, compartilha da visão de que seu avanço econômico depende da manutenção de custos baixos na indústria. E, para isso, o aumento do fluxo de refugiados é uma mão na roda.

A entrada de imigrantes alivia as pressões no mercado de trabalho (mais trabalhadores de um dia para o outro!) e permite que a economia continue a crescer com inflação baixa.

Se os imigrantes são jovens e têm mais filhos que a população local, por exemplo, contribuem, inclusive, para o financiamento da previdência social.

Por outro lado...

Alguns refugiados precisam de treinamento linguístico e cultural. A adaptação, portanto, impõe custos ao orçamento público de quem os recebe.

Em países com grande concentração de imigrantes, é comum que escolas públicas ofereçam aulas bilíngues e ensinem o idioma local. Facilita a adaptação das famílias de imigrantes, mas, sobretudo, é claro, das crianças – por exemplo, em algumas escolas públicas de Massachusetts, nos Estados Unidos, filhos de brasileiros e portugueses podem ter aulas na própria língua.

Os custos podem ir ainda além de questões linguísticas. No Brasil do século 19, por exemplo, alguns imigrantes que vieram às colônias no Sul chegaram a receber terras e crédito subsidiado para começarem suas lavouras.

Como sabemos, coisas do tipo custam dinheiro público e poderiam fazer os cidadãos locais torcerem o nariz. Mas a principal objeção dos europeus aos refugiados sírios não é baseada no argumento econômico, mas no cultural.

Em países pequenos, a chegada de estrangeiros que não compartilham hábitos, religião e costumes locais pode trazer desconforto. Se o processo de adaptação não for bem feito, pode trazer problemas como a formação de guetos à margem da sociedade – por vezes, engrossando as estatísticas criminais.

Nós do Porque.com.br torcemos para que, colocada na balança, a noção de direitos humanos universais supere as barreiras culturais - inclusive no Brasil. Cabem aos governos, do ponto de vista econômico, maximizar ganhos e atenuar potenciais perdas ao receber refugiados da Síria e de onde quer que seja. Todos teríamos a ganhar com isso.

Por que receber sírios e outros refugiados de guerra?

O sofrimento dos cidadãos da Síria na tentativa de sobreviver e fugir da guerra choca o mundo. Espanta até os mais insensíveis as imagens de destruição em uma das principais cidades do país, Aleppo. Mas, enquanto países como a Alemanha se esforçam para acomodar dezenas de milhares de refugiados, outros europeus seguem relutantes. Do ponto de vista moral, a única escolha decente é abrir as portas aos refugiados – e isso vale para o Brasil também. Deveríamos distribuir vistos de entrada e de trabalho para qualquer sírio com ficha criminal limpa que aparecesse em nossos consulados. A questão tem mais nuances, do ponto de vista econômico, quando custos e benefícios são colocados na balança. Na Alemanha, a sociedade civil, incluindo sindicatos, compartilha da visão de que seu avanço econômico depende da manutenção de custos baixos na indústria. E, para isso, o aumento do fluxo de refugiados é uma mão na roda. A entrada de imigrantes alivia as pressões no mercado de trabalho (mais trabalhadores de um dia para o outro!) e permite que a economia continue a crescer com inflação baixa. Se os imigrantes são jovens e têm mais filhos que a população local, por exemplo, contribuem, inclusive, para o financiamento da previdência social. Por outro lado... Alguns refugiados precisam de treinamento linguístico e cultural. A adaptação, portanto, impõe custos ao orçamento público de quem os recebe. Em países com grande concentração de imigrantes, é comum que escolas públicas ofereçam aulas bilíngues e ensinem o idioma local. Facilita a adaptação das famílias de imigrantes, mas, sobretudo, é claro, das crianças – por exemplo, em algumas escolas públicas de Massachusetts, nos Estados Unidos, filhos de brasileiros e portugueses podem ter aulas na própria língua. Os custos podem ir ainda além de questões linguísticas. No Brasil do século 19, por exemplo, alguns imigrantes que vieram às colônias no Sul chegaram a receber terras e crédito subsidiado para começarem suas lavouras. Como sabemos, coisas do tipo custam dinheiro público e poderiam fazer os cidadãos locais torcerem o nariz. Mas a principal objeção dos europeus aos refugiados sírios não é baseada no argumento econômico, mas no cultural. Em países pequenos, a chegada de estrangeiros que não compartilham hábitos, religião e costumes locais pode trazer desconforto. Se o processo de adaptação não for bem feito, pode trazer problemas como a formação de guetos à margem da sociedade – por vezes, engrossando as estatísticas criminais. Nós do Porque.com.br torcemos para que, colocada na balança, a noção de direitos humanos universais supere as barreiras culturais - inclusive no Brasil. Cabem aos governos, do ponto de vista econômico, maximizar ganhos e atenuar potenciais perdas ao receber refugiados da Síria e de onde quer que seja. Todos teríamos a ganhar com isso.
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