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O Banco Central decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano.

Imagine que você tivesse chegado hoje da Lua, após terminar seu curso de economia. Aí, alguém te dá uma planilha com dados sobre o Brasil.

Primeiro, você não ia entender como a inflação pode passar de 10% com o desemprego rumo aos 10% e o PIB caindo 3,5%.

Talvez você tivesse um momento EUREKA! e fosse investigar se há um choque inflacionário externo, tipo o petróleo bombando pesado.

Ops, não. Na planilha o preço do petróleo está em queda... E a inflação mundial também!

Aí, você coça a cabeça e se pergunta se o programa de economia da Universidade da Lua tem algo de errado. Descobre que não, que é semelhante ao da Terra.

Mas você segue encucado.

Aí, avisam você, sussurrando:

– Olha, o Banco Central não subiu o juro (Selic), viu? Ficou em 14,25% ao ano.

Aí, você:

– Ok... Com essa recessão e com essa dívida que vejo na planilha de dados, é compreensível...

Aí, alguém deixa debaixo da sua porta os últimos comunicados do Banco Central, anunciados antes da decisão de manter os juros onde estavam. Todos os documentos foram escritos com tom bem forte e dizem que a inflação é prioridade, que precisa ser cortada pela metade em pouco mais de um ano, que a autoridade monetária estará vigilante, blablablá.

Aí... Aí, você coça de novo a cabeça e se pergunta:

– Ué, por que o discurso não está muito alinhado com a decisão sobre os juros?

Você, então, revê todas as planilhas, relê todas as atas e discursos do pessoal do Banco Central.

É isso mesmo, nada errado.
Então você começa a suspeitar que o Banco Central não é autônomo nas suas decisões, que tem o dedinho de alguém, que ele pode mudar de ideia de um dia para o outro sem nenhuma novidade no meio...

E aí você faz o correto: pega a sua nave e volta para a Lua, onde as coisas são mais previsíveis.


OUÇA MAIS: [audio wav="https://site-porque.s3.amazonaws.com/Por-que-crises-políticas-afetam-a-economia.wav"][/audio]  

Por que o Banco Central não subiu os juros?

O Banco Central decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano. Imagine que você tivesse chegado hoje da Lua, após terminar seu curso de economia. Aí, alguém te dá uma planilha com dados sobre o Brasil. Primeiro, você não ia entender como a inflação pode passar de 10% com o desemprego rumo aos 10% e o PIB caindo 3,5%. Talvez você tivesse um momento EUREKA! e fosse investigar se há um choque inflacionário externo, tipo o petróleo bombando pesado. Ops, não. Na planilha o preço do petróleo está em queda... E a inflação mundial também! Aí, você coça a cabeça e se pergunta se o programa de economia da Universidade da Lua tem algo de errado. Descobre que não, que é semelhante ao da Terra. Mas você segue encucado. Aí, avisam você, sussurrando: – Olha, o Banco Central não subiu o juro (Selic), viu? Ficou em 14,25% ao ano. Aí, você: – Ok... Com essa recessão e com essa dívida que vejo na planilha de dados, é compreensível... Aí, alguém deixa debaixo da sua porta os últimos comunicados do Banco Central, anunciados antes da decisão de manter os juros onde estavam. Todos os documentos foram escritos com tom bem forte e dizem que a inflação é prioridade, que precisa ser cortada pela metade em pouco mais de um ano, que a autoridade monetária estará vigilante, blablablá. Aí... Aí, você coça de novo a cabeça e se pergunta: – Ué, por que o discurso não está muito alinhado com a decisão sobre os juros? Você, então, revê todas as planilhas, relê todas as atas e discursos do pessoal do Banco Central. É isso mesmo, nada errado. Então você começa a suspeitar que o Banco Central não é autônomo nas suas decisões, que tem o dedinho de alguém, que ele pode mudar de ideia de um dia para o outro sem nenhuma novidade no meio... E aí você faz o correto: pega a sua nave e volta para a Lua, onde as coisas são mais previsíveis. OUÇA MAIS: [audio wav="https://site-porque.s3.amazonaws.com/Por-que-crises-políticas-afetam-a-economia.wav"][/audio]  
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