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O prefeito da cidade de São Paulo, João Doria, pretende criar um programa para premiar motoristas que não cometerem nenhuma infração durante 12 meses. O anúncio foi vago, sem muitos detalhes, mas já dá uma discussão boa.

A economia lida basicamente com incentivos. Como os indivíduos mudam de comportamento quando expostos a um ambiente diferente? Neste caso, deseja-se incentivar as pessoas a respeitar as leis de trânsito, o que pode ser feito de duas maneiras: por meio de recompensas ou de punições.

Os gringos usam uma metáfora para isso: se você quiser que um animal de carga ande, pode oferecer uma cenoura (recompensa) ou dar-lhe uma chicotada (punição). No caso em questão, a chicotada é a multa para quem comete infrações; a cenoura é o prêmio para quem não as comete. Ambas caminham no sentido correto: incentivam os indivíduos a se comportar no trânsito, seja para evitar a chicotada, seja para conseguir a cenoura.

O problema na proposta de Doria: quem pagará por essa cenoura?

Como dito, não há detalhes específicos ainda. Uma forma seria um desconto em algum imposto para quem não comete infrações no trânsito. Trata-se de algo complicado nos nossos dias, em que governos vivem crises fiscais e queda de arrecadação.

Abrir mão de arrecadação não é uma boa opção no momento.

Pior: quanto mais efetiva a política, mais cara ela fica. Afinal, se mais motoristas se comportam da forma desejada, mais o governo tem de abrir mão de imposto para pagar pelas “cenouras”.

A multa não tem esse problema: além de desestimular o mau comportamento no trânsito, o governo não precisa gastar. Na verdade, arrecada uns trocados.

Só que multas são impopulares. Ninguém gosta de pagar por elas e o gestor fica com o filme queimado.

Doria disse que buscará apoio das seguradoras de automóveis para financiar as premiações. Isso aliviaria a barra do governo para bancar a política.

Faz sentido. Pessoas que se comportam no trânsito tendem a se envolver em menos acidentes, o que diminuiria os custos das seguradoras.

Mas, se isso é bom para as seguradoras, por que elas mesmas já não oferecem planos que premiem quem não é multado? Não está claro porque precisaríamos da intervenção do governo nesse caso. Note que algumas seguradoras já fornecem descontos para motoristas que não tomam multas em determinado período.

De qualquer forma, tudo está ainda muito vago. Esperemos as cenas dos próximos capítulos.

http://porque.com.br//fato-as-mortes-cairam-no-transito-de-sp-por-que-reducao-de-velocidade-crise/

Com que dinheiro Doria vai premiar bons motoristas?

  O prefeito da cidade de São Paulo, João Doria, pretende criar um programa para premiar motoristas que não cometerem nenhuma infração durante 12 meses. O anúncio foi vago, sem muitos detalhes, mas já dá uma discussão boa. A economia lida basicamente com incentivos. Como os indivíduos mudam de comportamento quando expostos a um ambiente diferente? Neste caso, deseja-se incentivar as pessoas a respeitar as leis de trânsito, o que pode ser feito de duas maneiras: por meio de recompensas ou de punições. Os gringos usam uma metáfora para isso: se você quiser que um animal de carga ande, pode oferecer uma cenoura (recompensa) ou dar-lhe uma chicotada (punição). No caso em questão, a chicotada é a multa para quem comete infrações; a cenoura é o prêmio para quem não as comete. Ambas caminham no sentido correto: incentivam os indivíduos a se comportar no trânsito, seja para evitar a chicotada, seja para conseguir a cenoura. O problema na proposta de Doria: quem pagará por essa cenoura? Como dito, não há detalhes específicos ainda. Uma forma seria um desconto em algum imposto para quem não comete infrações no trânsito. Trata-se de algo complicado nos nossos dias, em que governos vivem crises fiscais e queda de arrecadação. Abrir mão de arrecadação não é uma boa opção no momento. Pior: quanto mais efetiva a política, mais cara ela fica. Afinal, se mais motoristas se comportam da forma desejada, mais o governo tem de abrir mão de imposto para pagar pelas “cenouras”. A multa não tem esse problema: além de desestimular o mau comportamento no trânsito, o governo não precisa gastar. Na verdade, arrecada uns trocados. Só que multas são impopulares. Ninguém gosta de pagar por elas e o gestor fica com o filme queimado. Doria disse que buscará apoio das seguradoras de automóveis para financiar as premiações. Isso aliviaria a barra do governo para bancar a política. Faz sentido. Pessoas que se comportam no trânsito tendem a se envolver em menos acidentes, o que diminuiria os custos das seguradoras. Mas, se isso é bom para as seguradoras, por que elas mesmas já não oferecem planos que premiem quem não é multado? Não está claro porque precisaríamos da intervenção do governo nesse caso. Note que algumas seguradoras já fornecem descontos para motoristas que não tomam multas em determinado período. De qualquer forma, tudo está ainda muito vago. Esperemos as cenas dos próximos capítulos. http://porque.com.br//fato-as-mortes-cairam-no-transito-de-sp-por-que-reducao-de-velocidade-crise/
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