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Outros fatores que afetam a taxa de desemprego

Muitos outros fatores têm impacto sobre a taxa de desemprego de um país. Dentre eles, podemos destacar:o  salário mínimo, o seguro desemprego, a produtividade do trabalho e mudanças demográficas.

A existência de uma lei fixando um salário mínimo, em geral, aumenta os salários recebidos pelos trabalhadores pior remunerados. Esse benefício, por outro lado, não vem sem um custo associado: o aumento da taxa de desemprego.

Por quê?

Quando a lei impõe um salário mais alto, as empresas tendem a contratar menos. Ao mesmo tempo, o salário maior pode fazer com que pessoas que antes estavam fora da PEA passem a procurar um emprego, ficando desempregadas.

Quanto de desemprego um salário mínimo gera? Isso depende das características do mercado de trabalho em questão. O que podemos dizer é: todos os demais fatores estando constantes, o desemprego causado pelo salário mínimo será maior quanto maior for o valor desse mínimo. Além do mais, sabemos que o salário mínimo tende a excluir do mercado de trabalho justamente as pessoas com menor qualificação e produtividade, que, na maior parte dos casos, são pobres. Ora, se a lei determina que todos têm que ganhar pelo menos 800 reais, então uma empresa só contratará uma pessoa se espera que ela lhe traga uma receita superior a esse valor. Pessoas que não são produtivas o suficiente para que seu trabalho valha 800 reais por mês não serão contratadas e permanecerão desempregadas (ou optarão por empregos no mercado informal).

Desse forma, mudanças no salário mínimo tendem a afetar pessoas que ganham salários próximos a esse valor (geralmente, indivíduos com baixa qualificação). Se o salário mínimo aumentar, as empresas contratarão menos como resultado do custo mais elevado do trabalho. Alguns trabalhadores saem ganhando – especificamente aqueles que conseguem manter seus empregos –, e passam a receber maiores salários. Mas outros saem perdendo porque são despedidos.

A taxa de desemprego também depende do nível de produtividade do trabalho. Se os trabalhadores ficam mais produtivos, gerando assim maior retorno para os empregadores, esses últimos desejarão contratar mais pessoas, impulsionando tanto os salários quanto o nível de emprego. Com uma PEA constante, isso se traduz em menor taxa de desemprego.

O seguro-desemprego também impacta a taxa de desemprego. Isso porque, quanto maior for o seguro desemprego oferecido ou quanto maior for sua duração, melhor será a situação financeira de um desempregado, o que possibilita que ele gaste mais tempo procurando por um emprego bom ao invés de aceitar uma das primeiras ofertas que encontrar. Logo, um seguro desemprego maior implica em maiores períodos de busca de emprego, o que aumenta a quantidade de desempregados.

O seguro desemprego é uma política importante, pois permite que trabalhadores não tenham quedas muito bruscas de renda e de consumo como resultado de uma demissão inesperada – especialmente para os mais pobres, que não possuem poupança suficiente para aguentar o período de vacas magras. Mas ele tem um custo: permite que as pessoas fiquem mais tempo procurando emprego (ou façam menos esforço nesse sentido), o que contribui para elevar a taxa de desemprego.

Por fim, mudanças demográficas também podem afetar a taxa de desemprego. Por exemplo, com o envelhecimento da população, o número de jovens iniciando sua participação no mercado de trabalho diminui, e o número de trabalhadores se aposentando aumenta. Ou seja, o fluxo de entrada na PEA diminui, e o fluxo de saída aumenta, o que contribui para reduzir o tamanho da PEA. Em outras palavras, supondo que o número de postos de trabalho permaneça constante, haverá menos competição por vagas, fazendo com que seja mais fácil encontrar emprego. Consequentemente, a probabilidade de saída do desemprego se eleva, o que contribui para reduzir a taxa de desemprego.

Se os jovens postergam sua entrada no mercado de trabalho (por exemplo, porque estão estudando mais) teremos um efeito similar. Nesse caso, porque se reduz o fluxo de jovens entrando na PEA, o que também contribui para diminuir o tamanho da PEA e a competição pelos postos de trabalho existentes.

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